A incontinência urinária é a perda involuntária de urina que escapa durante os esforços, como tossir ou espirrar, ou ainda na ocasião de uma vontade súbita de urinar (urgência urinária), não dando tempo de chegar ao banheiro1.
Uma dúvida frequente por parte daqueles que convivem com o problema é sobre a alimentação.
Afinal, será que há alimentos que podem auxiliar no controle do quadro de incontinência urinária ou que devem ser evitados?
Segundo o urologista Dr. Marcos Freire, existem medidas comportamentais e dietéticas que podem auxiliar no controle da bexiga, mas um acompanhamento com um profissional especialista na área é fundamental para atingir um bom resultado. “Somente um médico especialista poderá dizer qual é o melhor caminho para cada caso, lembrando que hoje existem diversas formas de controlar a incontinência urinária e devolver a qualidade de vida aos pacientes”.
Confira dicas que podem ser aliadas em reduzir a frequência dos escapes:
Reduza o consumo de cafeína
O café e outras bebidas e alimentos como refrigerantes, chás, bebidas energéticas e o chocolate contém cafeína e podem irritar a bexiga. Como são diuréticas, estimulam a produção de urina e, por isso, seu consumo deve ser controlado. Além disso, estimulam a contração da bexiga, aumentando a sensibilidade da mesma e diminuindo o intervalo entre as micções, trazendo o sintoma de urgência e aumento de frequência de idas ao banheiro 2.
Maneire na ingestão de bebidas alcoólicas
As bebidas alcoólicas também têm um forte poder diurético predispondo a um aumento na produção de urina e, consequentemente, a um aumento na frequência e nos episódios de urgência urinária2.
Mantenha o peso controlado
Essa medida é importante, pois o sobrepeso e a obesidade são fatores associados ao desenvolvimento da incontinência urinária, uma vez que o excesso de gordura abdominal aumenta a pressão sobre a bexiga, forçando a saída da urina2,3.
Diminuição na ingestão de pimentas e derivados
Esses alimentos aumentam a contratilidade da bexiga e podem favorecer a incontinência urinária de urgência4.
Redução ou eliminação do aspartame
O aspartame, ou adoçante artificial, pode piorar os sintomas da incontinência urinária. Uma avaliação individualizada e contínua deve ser realizada em conjunto com o seu médico para melhor manejo dos sintomas5.
Previna a constipação intestinal
Há um número de estudos que demonstraram associação entre constipação, incontinência urinária e bexiga hiperativa. Uma alimentação que leve à constipação pode fazer com que a pessoa não evacue por vários dias e isso pode piorar os sintomas urinários. A constipação intestinal está associada, em grande parte, à ingestão insatisfatória de fibras, má hidratação e falta de atividade física. Por isso, consumir frutas, vegetais, beber água e movimentar-se devem ser colocados na sua lista de hábitos saudáveis5.
Ajuste na ingestão da quantidade de líquidos
Redução na ingestão de líquidos também pode ser uma medida que pode ajudar a diminuir significativamente a frequência e a urgência dos episódios de incontinência urinária5.
Informe-se e envolva-se em seu tratamento
Por último, e não menos importante, está a sua participação ativa durante o tratamento. Além de se emponderar, a atitude é fundamental, sobretudo quando estamos falando de intervenções relacionadas às mudanças comportamentais e de estilo de vida. Melhores resultados são alcançados quando você entende com o que está lidando e que se trata de uma condição possível de ser controlada5.
Lembre-se que você deve discutir suas opções de dieta com um médico habilitado para isso. Juntos, vocês poderão identificar a causa e o tipo de incontinência urinária e estabelecer a melhor forma de tratar o problema. Trato feito?
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Fontes:
- Ministério da Saúde. Incontinência urinária. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/incontinencia-urinaria/> Acessado em julho de 2022
- Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Incontinência Urinária Não Neurogênica. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatrio_-Incontinncia_Urinria_no_Neurognica_CP_47_2019.pdf> Acessado em julho de 2022
- Universidade Franciscana (UFN). Sobrepeso e obesidade em mulheres com incontinência urinária e a repercussão na qualidade de vida. Disponível em: <https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/2390>Acessado em julho de 2022
- Universidade de São Paulo (USP). Atuação do enfermeiro no manejo da incontinência urinária no idoso: uma revisão integrativa. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/reeusp/a/L9n8Zzf4k3Yk7BwQ3PTTtNG/?lang=pt> Acessado em outubro de 2022
- Can Urol Assoc J 2017;11(5):E142-73. http://dx.doi.org/10.5489/cuaj.4586
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